Dados sobre as tendências nos valores médios de colesterol total (CT) são necessários para que se compreenda os efeitos de seus determinantes dietéticos, de estilo de vida e farmacológicos, estabeleça-se prioridades de intervenção e avalie-se os programas nacionais. Análises prévias foram limitadas a poucos países, sem análises globais consistentes. Com o objetivo de analisar essa questão, Farzadfar e colaboradores, da Universidade Harvard, EUA, realizaram estudo publicado recentemente.
Foram estimadas as tendências e suas incertezas em relação à PA sistólica (PAS) média de adultos com idade igual ou superior a 25 anos, em 199 países e territórios. Os dados foram obtidos a partir de dados de inquéritos nacionais publicados ou não, bem como estudos epidemiológicos (321 países-ano e 3,0 milhões de participantes). Para cada sexo, modelo Bayesiano foi usado para estimar a média de PAS por idade, país e ano, levando-se em conta se o estudo era nacionalmente representativo.
Em 2008, o valor médio de CT padronizado por idade foi de 4,64 mmol/L (intervalo de incerteza de 95% 4,51-4,76) para homens e de 4,76 mmol/L para mulheres (4,62-4,91). Globalmente, o valor médio de CT apresentou pouca mudança entre 1980 e 2008, tendo mostrado queda inferior a 0,1 mmol/L por década, em homens e mulheres. O valor médio de CT apresentou declínio nos países ricos da Australásia, América do Norte e Europa ocidental/central e no leste europeu, sendo os declínios regionais de aproximadamente 0,2 mmol/L por década para ambos os sexos. O valor médio de CT apresentou aumento no oeste/sudoeste da Ásia e Pacífico, em cerca de 0,08 mmol/L por década em homens e 0,09 mmol/L por década em mulheres. A despeito das tendências convergentes, os níveis médios de CT em 2008 foram maiores nas regiões mais ricas (Australásia, América do Norte e Europa ocidental), sendo a média regional de 5,24 mmol/L (5,08-5,39) para homens e 5,23 mmol/L para mulheres (5,03-5,43). Os valores médios foram menores na África sub-sahariana, sendo de 4,08 mmol/L para homens (3,82-4,34) e 4,27 mmol/L para mulheres (3,99-4,56).
Políticas nutricionais e de intervenção farmacológica devem ser usadas para acelerar melhorias nos níveis de CT em regiões que apresentaram declínio, bem como para prevenção/contenção do aumento observado nos países asiáticos e outros. A avaliação populacional do colesterol deve ser melhorada nos países mais pobres.
Fonte: Lancet 2011; 377:578-86.
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