Em contextos de recursos limitados, onde nenhuma alternativa segura à amamentação existe, a OMS recomenda que a profilaxia antiretroviral seja dada ou para as mães infectadas pelo HIV ou para os bebês durante a amamentação. Foi avaliado o efeito da profilaxia antiretroviral de 28 semanas na mãe ou no bebê na infecção pós-natal pelo HIV na 48ª semana. O estudo foi realizado em Lilongwe, Malawi, entre 21 abril de 2004 e 28 de janeiro de 2010. 2369 mães infectadas pelo HIV que amamentam com uma contagem de CD4 de 250 células por μL ou mais. As doses foram: nevirapina (mãe 200 mg; criança 2 mg/kg), 7 dias de zidovudina (mãe 300 mg; lactentes 2 mg/kg) e de lamivudina (mães 150 mg; lactentes 4 mg/kg) duas vezes por dia. Ao todo, 676 pares mãe-filho do grupo nevirapina materna completaram o seguimento de 48 semanas, 680 do grupo nevirapina nos bebês e 542 do grupo controle. 30 crianças do grupo antiretroviral materno, 25 no grupo nevirapina infantil e 38 no grupo controle foram infectadas pelo HIV entre 2 e 48 semanas de vida. 28 (30%) das infecções ocorreram após 28 semanas (9 em terapia materna, 13 na infantil e 6 no grupo controle). O risco cumulativo de transmissão do HIV-1 na 48ª semana foi significativamente maior no grupo controle (7%, IC 95% 5 a 9) do que no grupo antiretroviral materno (4%, 3 a 6, p = 0,0273) ou no grupo nevirapina no lactente (4%, 2 a 5, p = 0,0027). A taxa de eventos adversos sérios em lactentes foi significativamente maior durante as 29-48 semanas do que durante a fase de intervenção (1,1 [IC 95% 1,0 a 1,2] contra 0,7 [0,7 a 0,8] por 100 pessoas-semana; p
Em contextos de recursos limitados, onde nenhuma alternativa adequada para a amamentação está disponível, a profilaxia antiretroviral dada às mães ou aos bebês pode diminuir a transmissão do HIV. O desmame aos 6 meses pode aumentar a morbidade infantil.
Fonte: The Lancet, Volume 379, issue 9835, 2012, Pages 2449 - 2458