DEFINIÇÃO
Infecção polimicrobiana, sinérgica, necrotizante, de início agudo, envolvendo a fásciasuperficial e freqüentemente a fásciaprofunda da região genital e perineal, cursando com graves mutilações e elevado índice de mortalidade.
SINAIS E SINTOMAS
O exame físico mostra: escroto aumentado por edema e eritema muito doloroso. O tecido epitelial torna-se escuro e progride para gangrena, com um odor fétido (de mortificação) e enfisema subcutâneo locorregional. Nesta fase, a dor melhora pelo envolvimento dos nervos, o que torna a situação mais grave, se não se suspeita do diagnóstico.
Esta situação simula: orquite, epididimite, torção de testículo, hérnia estrangulada, abscesso escrotal.
Há febre e um quadro gravíssimo, onde se pode observar: taquipnéia, náusea, vômito, alterações mentais em geral resultantes de septicemia.
Não se explica a preferência pela pele escrotal. Várias sugestões existem: falta de higiene; evaporação menor de suor; pregas de pele que albergam em ninhos as bactérias que penetram após pequenos traumas; as rugas da pele impedem uma circulação livre com baixa resistência à infecção; tecido celular subcutâneo muito frouxo facilitando a disseminação; edema em trauma ou infecções menores, interferindo na vascularização correta da região; tromboses de vasos subcutâneos de maneira extensa.
SINONIMOS
•Gangrena idiopáticado pênis e do escroto
•Gangrena espontânea fulminante do escroto
•Fasciítenecrotizantedo escroto
•Fasciítenecrotizanteda genitália masculina
•Gangrena infecciosa do pênis e do escroto
•Gangrena escrotal
•Erisipela gangrenosa do escroto
•Gangrena estreptocócica do escroto
•Fasciítenecrotizante
HISTÓRICO
1764►Bauriennedescreveu uma gangrena rápida e progresivamentenecrotizantede tecidos moles da genitália masculina
1871►Joseph Jones, cirurgião do exército da Guerra Civil Norte-americana, publicou o primeiro relato científico em análise de 2642 soldados afetados por infecções de tecidos moles.
1883►Publicação de Jean-Alfred Fournierrelatando gangrena perinealem homem jovem sadio
1924►Meleneydescreve gangrena estreptocócica
1951►Wilson introduziu o termo Gangrena de Fournierpara descrever infecção de tecidos moles e fásciasuperficial e profunda da região perineal
FATORES PREDISPONENTES
Infecções anorretais
–Infecção de glândulas perianais
–Complicações de tumores colorretais
–Diverticulitecolônica
–Apendicite
Infecções do trato urogenital
–Infecção de glândulas bulbo-uretrais
–Fimose
–Infecção do trato urinário baixo
–Doença de Crohn
Lesões da pele da região perineal
–Hidradenitesupurativa
–Úlcera de pressão de bolsa escrotal
–Trauma intencional (Piercing)
Estados de imunodepressão
–Leucemias
–LES
–HIV
CAUSAS
•Streptococcusspp.
•Staphylococcusspp.
•Enterobacteriaceaespp.
•Organismos anaeróbios
•Fungos
TRATAMENTO
Cirurgia
- Anestesia Geral;
- Preferência pelo eletrocautério;
- Abertura ampla da pele;
- Possibilidade de necrose profunda à celulite;
- Debridamento de todo tecido necrótico;
- Biópsia do tecido debridado (trombo de fibrina);
- Cultura do material excisado;
- Necessidade de outras abordagens.
Oxigenoterapia Hiperbárica
Tratamento inicial:
- Pressões de 2,0 a 2,7 ATA (atmosferas absolutas);
- 2 Sessões diárias de 120 minutos;
-Até estabilização do quadro.
Após estabilização do quadro:
- 1 Sessão diária, até a completa cura;
- o número de sessões pode variar com o caso.
Terapêutica Complementar
Uso de anti-oxidantes:
- Vitamina E; - Vitamina C; - Manganês - Atuação mitocrondial; - Cobre – Atuação citossólica; - Zinco; - Selênio; - Aminas sulfuradas – metionina, Cisteina, taurina, glutationa e riboflavina.
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